Passei uma semana em Espanha na comunidade Valenciana, que por acaso coincidiu com a semana em que a selecção de futebol de Portugal jogou com a congenere Espanhola, e o Governo de Espanha fazia as suas negociações para o resgate da colossal dívida do seu sistema bancário e abria o caminha para o pedido de ajuda externa ao financiamento da sua dívida soberana.
Do primeiro evento "o jogo de futebol" já tudo foi dito, mas sempre me aconchega o ego saber que Portugal foi a única selecção que bateu o pé à selecção espanhola. Aliás, Espanha não eliminou Portugal; enfim, passou a eliminatória, já que a vitória por grandes penalidades é sempre uma lotaria que pode sair a qualquer dos contendores. Foi justa a passagem da eliminatória tal como justa seria se coubesse essa sorte a Portugal. Uma coisa guardo na lembrança: autonomias à parte, quando toca a defender a selecção, os Espanhóis cerram fileiras e a Espanha passa a ser uma só.
A passagem à final foi festejada com entusiasmo pela população que saiu às ruas e as encheu de alegria contagiante. Nota negativa foi o lançamento de bombas de carnaval (aliás creio que permitido) que causaram alguns danos e ferimentos.
Antes do jogo, em amena cavaqueira provoquei alguns Espanhóis com o Ronaldo, Coentrão, Pepe & cª, e a verdade, é que eles (de acordo com a maioria da imprensa ) estavam mesmo assustados e a contar que Portugal poderia até ganhar e ser finalista, assim, por isso, a sua alegria foi ainda maior.
Lá como cá o futebol é rei.
Já quanto ao segundo evento, na imprensa Espanhola e na TV, os comentadores e analistas políticos procuravam através de linguagem simples e isenta informar os Espanhóis dos pormenores das negociações, e das vantagens e desvantagens de se conseguir ou não que fosse aceite determinado ponto no acordo.
Foi bom ver como os vampiros do FMI e os seus comparsas (os bancos Europeus que levantam do Banco Central Europeu a 0,75% "e menos" e emprestam aos desvalidos como Portugal, Grécia e outros a 8% ou mais) engolirem as condições que Espanha e Itália impuseram para que as negociações chegassem a bom porto, permitindo-lhes "aos bancos" com isso manter o sistema "o euro" e continuar com as unhas cravadas nos Países que tiverem a desdita de lhes caír nas garras.
A srª Merkel encabeça o bando de sanguessugas que criaram as condições de endividamento aos Países governados por inaptos vende pátrias preocupados apenas com o seu umbigo.
Por ignorância ou conluio ou por ambas em simultâneo, os representantes destes Países indefesos, assinaram acordos de resultados desastrosos para as respectivas economias, e o resultado destas políticas é o esbulho a que são submetidos os povos indígenas.
Mas atenção; são só alguns a pagar a crise! Há sectores (leia-se algumas empresas públicas) que se querem furtar ao sacrificio, lavando daí as mãos Lá, como cá, existem muitos Pilatos.