Estou desolado! Então o Dr Mário Soares, Dr Manuel Alegre, Vasco Lourenço e outros que tais não participam nas cerimónias oficiais do 25 de Abril?
Que tristeza a dos Portugueses pela falta destes personagens nas cerimónias; provavelmente nem haverão cerimónias. Os meninos estão zangados pelo muito que têm dado ao País, especialmente Manuel Alegre e Vasco Lourenço. A excepção é Mário Soares que conquistou para Portugal o título de presidente mais viajado do Mundo.
Agora a sério; Mário Soares só tem a minha gratidão pela frente que fêz aos comunistas no verão quente de 1975. Não fora ele, mais meia dúzia de homens "com eles no sítio", talvez Portugal tivesse mergulhado numa guerra civil, pois uma minoria composta por grupelhos de esquerda onde pontuavam nomes ora sonantes da governação europeia actual, mais uns quantos revolucionários de café e uns tantos militares desejosos de entrar em jogos de guerra, entre os quais pontuavam os grandes patriotas e pais da revolução, "Dinis de Almeida, Otelo Saraiva de Carvalho e outros que tais" , todos eram acólitos do Partido Comunista Português, comandado por Álvaro Cunhal, cuja missão final, era entregar o País à soberania de Moscovo.
Ao País valeu então a força da palavra de Mário Soares e a bravura e destemor do General Ramalho Eanes. Foi em 11 de Março (para os que não se lebram ou ainda não existiam) que este General [Ramalho Eanes] destemido e patriota, meteu na ordem os gangsters a quem o grandioso, poderoso e mais que iluminado revolucionário Otelo Saraiva de Carvalho havia distribuído armas de guerra, para que o País, fosse lançado numa guerra civil.
Igualmente, para os que não se recordam ou ainda não existiam, este poderoso e genial Otelo Saraiva de Carvalho, posteriormente, foi o mentor de uma organização terrorista que cometeu crimes de sangue, tendo sido por isso condenado e cumprido, pena de prisão efectiva.
Mas, a minha desolação maior é a recusa de Mário Soares, Manuel Alegre, Vasco Lourenço e outros que tais, em não participar nas cerimónias oficiais do 25 de Abril, com a justificação de que este Governo não está a cumprir os ideais da Revolução, cujo corolário do incumprimento será o não pagamento do subsídio de férias e do décimo terceiro mês, a eles claro.
Francamente, farta-se um militar e um político de dar lucro ao País, quer através de aparições na TV em festejos revolucionários, quer em sonoros versos igualmente revolucionários, sendo figuras gradas de um Partido que concedeu benesses e dinheiro aos seus protegidos, endividando o País até às cuecas e, agora, vêm os energúmenos deste Governo acabar com as mordomias e direitos adquiridos com tanto esforço e dedicação à causa Nacional?
Têm razão estes revolucionários! Têm produzido riqueza a potes para o País, que, dava para lhes sustentar as mordomias por mais de uma geração; Já não há respeitpo por um revolucionário!
Já pensaram que o que recebem do Estado Português não tem a minima correspondência de algo que tenham produzido? Quer dizer, estes e tantos outros só beneficiam, sem nada dar em troca.
Quais são os ideais de 25 de Abril destes revolucionários chupistas? Continuar a esbanjar o que não existe? Embarcar no foguetório de continuar a criar e a manter institutos públicos (de coisa nenhuma) para assegurar gordos salários aos delfins dos partidos? Cravar as unhas nos contribuintes para sustentar e manter órgãos de comunicação social que veiculem a anestesia colectiva do folclore político? Enfim,, deixar às gerações mais novas o fardo de pagar o que eles agora esbanjam em nome da Revolução? O General Spinola [que invoco com o devido respeito]deve dar voltas no túmulo enjoado com tanta desfaçatez, ou talvez não, já que a ele não o enganaram, pois que, quando viu de quem estava rodeado, saiu e bateu com a porta.
Estes senhores e outros "revolucionários de pacotilha" têm razões de sobejo para ficar quietos e calados; pensam que as gentes mais novas lhes ligam? Que sabem sequer quem são? Era bom que a comunicação social isenta desse às gerações actuais o curriculum destes e doutros pavões do 25 de Abril.
O actual Governo, "com o qual não me identifico" tem pelo menos o mérito de estar a tentar tapar os buracos que os anteriores criaram mercê da aplicação de medidas irrealistas e absurdas, maximizadas pelo enorme fosso existente entre os rendimentos de quem trabalha e os daqueles que nada fazem, nunca fizeram e arrecadam chorudas reformas, tudo em nome de uma revoluçao que diziam feita para o Povo. Mas, prevendo que lhes vão às mordomias, recusam-se a participar nas comemorações oficiais do vinte e cinco de Abril. Que pena! Que desolação!
Tenham respeito por quem trabalha e lhes assegura o imerecido! Calem-se por favor, tentem passar despercebidos.