Se algo nos corre de feição logo o nosso semblante retrata essa condição.Quer dizer, o rosto é o espelho da alma. Essa alma --- ou aura, como também se diz-- embora metafísica está omnipresente em toda a nossa existência, e, há quem diga, depois dela. O contrário também é um facto, ou seja: se algo nos corre mal, isso também transparece fácilmente no semblante, que fica pesado e triste.
É com o semblante pesado e triste que todos andamos e com a interrogação constante no subconsciente; mas afinal que fizemos de mal para de um momento para o outro nos encontrarmos perante uma situação de crise generalizada em que o espectro do desemprego e a fome espreitam cada vez mais descaradamente? Se não trabalhei menos, se não gastei mais, se procuro economizar cada centimo, porquê então devo suportar uma crise de que não sou responsavel?
A resposta é facil! A razão não está no que fizemos, mas sim no que não fizemos.
Ao irmos às urnas legitimar um governo (não importa qual)estamos a contribuir para um processo político que deveria ser transparente, honesto e respeitador dos interesses de todos os cidadãos, mas, lamentavelmente, os politicos têm outra visão de democracia e, uma vez instalados no aparelho de Estado esquecem por completo as promessas feitas aos eleitores e tratam de governar em sintonoia com os seus interesses pessoais e partidários protegendo-se mutuamente. E não se pense que o fenómeno é só Português! Por toda a Europa comunitária e não só, a pouca vergonha é idêntica. Aí está a razão da crise! A falta de vergonha e a desonestidade dos políticos nos Governos (salvo as excepções) que em compadrio com os financeiros criam e aprovam
legislação que permite que uns poucos tenham uma meteórica ascenção financeira em detrimento dos cidadãos que honestamente trabalham e pagam os impostos com que descaradamente se empanturram.
´Que poderá fazer o Povo! É fácil; saír à rua e dizer alto e bom som, que com politicos como estes não são necessários inimigos e, em proximos actos eleitorais ir às urnas e votar em branco mostrando a esta ralé o despreso que merecem.
Que legitimidade moral têm os governadores dos bancos centrais par continuar em exercício depois de se saber que não cumpriram as suas funções de inspecção e correspondente sanção aos infractores(também chamados esbulhadores). Porque razão mais uma vez se protegem descaradamente fazendo de conta que nada aconteceu? Porque não se prendem todos os responsáveis? Porque não se exerce o direito de regresso em relação às fortunas que fraudulentamente acumularam? Porque não se demitem os responsaveis que deram mostras de irresponsabilidade? Porque aporcalham a Democracia?
O que o povo ainda não fez foi dizer basta; basta de impunidade, corrupção, compadrio e prepotência.
Haja a coragem de dizer que estamos fartos de pagar uma crise para a qual não contribuimos e da qual não se sabe as verdadeiras consequências; que nos sentimos a pagar um crime que não cometemos.
Cuidado Snrs politicos! Há muita gente com saudades de ordem, respeito e honestidade de governação.
Tenham um bom Natal.