A política, abstractamente considerada, fisica e sensorialmente inexistente foi "magistralmente satirizada por Rafael Bordalo Pinheiro", na imagem da porca amamentando uma ninhada de leitões, onde sempre faltam tetas, levando os leitões sem mama (teta) a estabelecer a confusão e a desordem junto dos instalados nas tetas que mais leite permitem sugar. Este será o retrato "sempre actual," mais adequado à politica portuguesa.
A porca é a mesma, e a cada parição (leia-se legislação) a ninhada de mamões alterna-se entre os que já gordos são forçados a sair, porventura para mamar em tetas mais cheias, e os que na nova ninhada, sem escrúpulos ou rodeios, ou protegidos pela porca mãe, se atiram às tetas que mais leite dão, continuando a não permitir que os mamões sobrantes mamem em qualquer teta, ou mamem pouco, o que, inevitavelmente leva mais uma vez à confusão entre a nova ninhada.
Esta analogia da política nacional com a realidade da vida animal, é naturalmente lúdica e superficial, mas, é o retrato que uma vez mais se adequa ao actual estado politico da Nação.
Qualquer cidadão medianamente pensante, sente repulsa pelo actual estado da politica Nacional, já que, dos sectores vitais da governação são diariamente dadas a público as notícias mais escabrosas e desacreditadoras da confiança que estes sectores têm a obrigação de ser porta estandarte.
E, um dos sectores chave da credibilidade e confiança da governação de qualquer Estado de Direito é, o sector da justiça!
Pilar incontornável de qualquer sistema democrático, a Justiça tem de estar acima de qualquer suspeita de parcialidade.
O que se tem dito e publicado na comunicação social é demasiado grave e desvirtuante das instituições tutelares da justiça. Há necessidade de sanear (tornar sã) a justiça em Portugal? Então que seja feito esse saneamento, doa a quem doer.
Se para tal houver que alterar a Constituição, o Código de Processo Penal e o Código Penal, então que sejam alterados sem demora.
É preciso que o cidadão sem recursos,. tenha a confiança de que, quando recorrer à justiça, tem um tratamento igual aos que dispõem de recursos para pagar a advogados, que, nalguns casos, agem em desrespeito pelo seu estatuto deontológico não advogando a favor do direito, impedindo com manobras dilatórias permitidas por lei, a celeridade da justiça e a serenidade necessária a uma justa e atempada condenação ou absolvição.
Para tal, é necessário que os mamões instalados nas tetas, e bem assim, aqueles que sem teta fazem guerra aos seus pares, de uma vez por todas, dêem as mãos e procedam às alterações legislativas que permitam erradicar este clima de suspeição generalizado.
Igualmente os interpretes da lei e todos aqueles que intervêm no processo judiciário devem abster-se de manobras esconças que em nada beneficiam a imagem da Justiça no seu todo.
Felizmente que existem muitas e boas excepções, que, não podem ser confundidas com a regra.
Conclusão: num Estado que se quer de Direito, as instituições sem credibilidade, fazem dele um mero estado fantoche.