As medidas de austeridade anunciadas pelo Governo Espanhol com a finalidade de fazer face à crise interna, como é sabido, é um recado, ou uma ordem de Bruxelas via UE (União Europeia).
E isso é, o prenúncio do que a seguir inevitavelmente se aplicará a Portugal.
Quer dizer, as medidas de austeridade que os Governos destes dois Países (por acaso ambos socialistas) não conseguiram de moto próprio implementar, por receio da perda de votos, é agora uma imposição das instâncias Europeias.
Sou dos que entende que, as pessoas deviam ser chamadas à responsabilidade pelos seus erros, quer por acção ou omissão.
Se é um facto que a crise existiu e, com isso a economia dos Países foi abalada, não é menos verdade que o rigor nos custos e os erros cometidos na gestão da coisa pública foram tantos e tão graves, que se impunha um apuramento de responsabilidades.
Se com tanto afã se continua a perder tempo e verbas com uma comissão de inquérito ao caso da hipotética compra da TVI pela PT, sabendo-se de antemão que o resultado dessa comissão será um inconclusivo relatório, porque não se apuram as responsabilidades daqueles que sem rigor esbanjam o que é de todos?
É que, os que pagam impostos têm o direito de saber onde e como é aplicado o dinheiro que com tanto sacrifício entregam nos cofres do Estado.
Tendo igualmente o direito de saber a razão e a medida exacta da falta de liquidez das contas públicas.
O comum cidadão pagador de impostos, não entende como se pode auferir vencimentos milionários só pelo facto de ser, ou ter sido político, e que, esses vencimentos milionários provenham de empresas públicas, ou outras com elas conotadas. De igual modo não entende que, apesar das leis anti derrapagem os investimentos públicos nunca cheguem ao fim respeitando os preços inicialmente previstos.
Bem como, não se compreende que na gestão das despesas de alguns Ministérios não haja uma política de rigor, evitando com isso, o esbanjamento de milhões de euros da coisa pública.
Correndo o risco de me repetir, insisto que existem funcionários públicos que não são pagos em função dos conhecimentos e trabalho que produzem ao serviço da coisa pública.
Ao invés, outros há que, por tendência ou obediência a chefias incompetentes, "ou a princípios políticos de quanto pior melhor", pouco ou nada produzem, comportando-se como parasitas do esforço daqueles outros, mas com a garantia de que o seu vencimento não será proporcional ao desempenho laboral. Quer dizer, por teimosia dos sindicatos da função pública e das suas políticas colectivistas, o funcionário público zeloso e eficiente é ao nível salarial equiparado com o sorna e desinteressado.
Como se pode pedir então sacrifícios, para além daqueles que já são feitos ininterruptamente, a quem jamais fez outra coisa que trabalhar e pagar impostos?
Como se pode pedir a um trabalhador (que não seja o tal sorna da função Pública ao serviço e ordem do sindicato) que desde sempre tem trabalhado, pagado os seus impostos não usufruindo de qualquer regalia estatal; que não usufruiu de ordenados milionários pagos por qualquer empresa ou organismo público, que faça um esforço suplementar para pagar os desmandos dos Governantes?
Vejo estas medidas como abusivas e ofensivas do direito de quem trabalha e cumpre os seus deveres sociais, já que, não se destinam a um esforço Nacional para o bem colectivo, mas sim, para equilibrar as finanças públicas para que os Governantes possam continuar a esbanjar sem serem chamados à responsabilidade pelos atentados económicos que cometem, por acção e omissão.